Conecte-se Conosco

Internacional

Guerra: 36% dos estrangeiros autorizados a deixar Gaza são dos EUA

Publicado

em

guerra:-36%-dos-estrangeiros-autorizados-a-deixar-gaza-sao-dos-eua

Dos 3.463 estrangeiros autorizados a sair da Faixa de Gaza até esta quarta-feira (8), 1.253 têm passaporte dos Estados Unidos, o que representa 36,1% do total. O principal aliado de Israel na guerra que o país declarou contra o Hamas lidera a lista de nacionalidades até agora autorizadas a deixar o enclave palestino. 

Além dos Estados Unidos, outros oito países tiveram mais de 100 nacionais autorizados a sair da região. Essas nove nações somam 86% do total de estrangeiros autorizados a deixar Gaza. A segunda nacionalidade mais beneficiada foi a Alemanha, com 335 pessoas, o que representa 9,6% do total.  

Em terceiro lugar está a Ucrânia com 329 pessoas (9,5%) e, em quarto, a Jordânia, com 289 pessoas autorizadas a sair de Gaza (8,3%). Em seguida, estão o Reino Unido com 241 pessoas nas listas (6,9%), Romênia com 154 (4,4%), Filipinas com 153 (4,4%), Canadá com 120 (3,4%) e França com 111 (3,2%).  

A Agência Brasil teve acesso às listas por meio de brasileiros na Faixa de Gaza. Esses documentos trazem os mesmos números divulgados pelo Escritório de Representação do Brasil em Ramala, na Cisjordânia ocupada.  

Outras 22 nacionalidades foram contempladas nas listas, além de funcionários de organizações humanitárias que atuam em Gaza. Dos países latino-americanos, apenas o México teve quatro nacionais autorizados a sair do enclave palestino. Até o momento, nenhum dos 34 brasileiros que se encontram em Gaza puderam deixar o território palestino.    

Publicidade

Segundo o Itamaraty, a lista é feita pelas autoridades locais, israelenses e egípcias. Porém, a Embaixada de Israel no Brasil informou, por meio da assessoria, que as listas são preparadas por “entidades e organismos internacionais”, mas não informou quais entidades seriam essas. Já a Embaixada do Egito no Brasil não respondeu aos questionamentos enviados pela Agência Brasil.   

Critérios geopolíticos  

Como os critérios para seleção dos estrangeiros não têm sido divulgados, três especialistas ouvidos pela Agência Brasil avaliaram que isso levanta suspeitas de que Israel possa estar privilegiando aliados geopolíticos em detrimento de países que criticaram ou se opõem a ação do país na Faixa de Gaza.   

O cientista político e professor de Relações Internacionais Maurício Santoro, que é colaborador do Centro de Estudos Político-Estratégicos da Marinha, suspeita que haja manipulação política do que deveria ser uma decisão humanitária.    

“É uma lista que se explica em razão da proximidade política ou econômica de vários desses países com Israel. Tem o grupo dos países do G7 (grupo das sete maiores economias do mundo), os países do sudeste asiático que têm muitos imigrantes em Israel e países que têm uma certa proximidade política cultural, como no caso da Ucrânia ou da Jordânia”, explicou.  

Sobre Filipinas e Ucrânia, Santoro destacou que ambos têm laços culturais e forte presença imigratória em Israel. Em relação a Jordânia, apesar de a nação árabe ter feito duras críticas a Israel desde o início da guerra, inclusive retirando o embaixador de Tel Aviv, o analista apontou que esse é um dos países árabes mais próximos de Israel.  

Publicidade

“A Jordânia teve que reagir porque o país registrou protestos muito grandes contra os bombardeios em Gaza. Por mais que tenha uma retórica e alguns gestos diplomáticos que sejam duros contra Israel, não é nem de longe a mesma animosidade que a gente vê, por exemplo, no Líbano e na Síria”, concluiu.  

Para o pesquisador Bruno Alcebino Fabrício da Silva, do Observatório de Política Externa e Inserção Internacional do Brasil (Opeb), a concentração de estrangeiros em poucos países “suscita preocupações legítimas sobre a distribuição e o critério de seleção para a saída da região”.  

“A percepção de um privilégio para os aliados de Israel não pode ser ignorada. Os Estados Unidos, por exemplo, estão notavelmente bem representados na lista, o que pode ser atribuído à influência política significativa desse país em Israel. Fica claro que países aliados ao Ocidente ou próximos diplomática ou politicamente aos EUA são beneficiados”, destacou.  

Em relação à Jordânia, o especialista destacou que outros critérios, para além do alinhamento político em relação à guerra, podem ter sido considerados. “Muitos palestinos na Faixa de Gaza têm laços de parentesco com jordanianos devido à história do conflito na região. Esses laços podem ter influenciado a decisão de priorizar a saída de cidadãos jordanianos em uma situação de crise, devido ao temor de Israel do envolvimento dos demais países árabes no conflito”, afirmou. 

Brasil  

A ausência dos 34 brasileiros nas seis listas até agora divulgadas também têm intrigado especialistas. O professor de história contemporânea da Universidade Federal Fluminense (UFF) Bernardo Kocher destacou que, como não há explicação dos critérios para saída de estrangeiros, a impressão é que existe a intenção de desgastar o governo brasileiro.  

Publicidade

“Se houver algum óbito (de brasileiro), o desgaste vai ser da política externa brasileira. Talvez seja isso que eles querem: desgastar a posição brasileira em relação à situação em Gaza uma vez que o Brasil não se alinhou 100% com as ações de Israel”, ressaltou.  

Para o cientista político Maurício Santoro, a recusa do Brasil em classificar o Hamas como grupo terrorista e o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que disse que as ações de Israel em Gaza se constituem em  “genocídio”, podem ter relação com a demora para saída dos brasileiros. 

O Brasil não classifica o Hamas como grupo terrorista porque segue as decisões do Conselho de Segurança da ONU sobre o tema. A maioria dos países-membros da ONU, incluindo países europeus como Noruega e Suíça, além de China, Rússia, nações latino-americanas, como o próprio Brasil, México, Colômbia, seguem a definição atual da ONU que não classifica o Hamas como grupo terrorista.   

Outro fator citado por Santoro é mudança nas relações do Brasil com Israel depois da saída do ex-presidente Jair Bolsonaro, que tinha fortes ligações políticas com Benjamim Netanyahu.  

“Me parece também que há um pouco esse cálculo político, quer dizer, uma insatisfação por parte do governo Netanyahu de como Israel tem sido tratado pelo atual governo brasileiro em contraste com os vários benefícios que recebeu durante o governo Bolsonaro”, concluiu.  

Publicidade

Israel  

Em comunicado divulgado à imprensa nesta quarta-feira (8), o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zohar Zonshine, negou que haja qualquer interesse em atrasar a saída dos brasileiros ou de qualquer outra nacionalidade. Segundo ele, “a cota para sair da Faixa de Gaza é determinada pelo Egito e de acordo com ela, algumas centenas de estrangeiros recebem permissão para sair a cada dia”.  

Zonshine argumentou ainda que o Hamas tem atrasado a saída dos estrangeiros. “O Estado de Israel está empregando esforços para evacuar todos os estrangeiros de 20 países diferentes e para aumentar a cota de forma a compensar o atraso causado pelo Hamas”, informou. 

Antes dos estrangeiros começarem a sair pela fronteira de Rafah, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Egito egípcio, o embaixador Ahmed Abu Zeid, negou que a obstrução para saída de estrangeiros seja culpa do Egito. 

Publicidade

O Portal Comunica Arujá acredita no Jornalismo comprometido com a verdade dos fatos e com a ética, trazendo sempre os principais fatos de Arujá, além dos destaques nacionais e da mídia.

Internacional

Incêndio florestal em Nova Jersey pode se tornar o maior do estado

Publicado

em

incendio-florestal-em-nova-jersey-pode-se-tornar-o-maior-do-estado

Um incêndio florestal extenso em Pinelands, em Nova Jersey, próximo a cidades litorâneas do Oceano Atlântico, pode se tornar o maior do estado em cerca de 20 anos, já tendo consumido cerca de 4.700 hectares, informaram autoridades. 

O incêndio florestal de Jones Road se espalhou em menos de 24 horas e estava 30% contido, disse o Serviço de Bombeiros de Nova Jersey em postagem na rede X. Acrescentou que o fogo não está mais ameaçando áreas povoadas.

O incêndio pode se tornar o maior de Nova Jersey em cerca de 20 anos, informou Shawn LaTourette, comissário de proteção ambiental do estado. Um incêndio em maio de 2007 na mesma área consumiu cerca de 6.900 hectares.

A vice-governadora Tahesha Way decretou estado de emergência nessa quarta-feira, já que o governador Phil Murphy está em viagem ao exterior.

“Neste momento, não houve perda de vidas e nenhuma casa foi danificada”, disse Way no X na manhã dessa quarta.

Publicidade

Até agora, em 2025, Nova Jersey teve quase o dobro de incêndios florestais do que o normal, com 662 incêndios florestais queimando 6.700 hectares.

O incêndio começou na terça-feira na Greenwood Forest Wildlife Management Area, perto dos municípios de Lacey, Ocean e Barnegat, no condado de Ocean, aproximadamente na metade do caminho entre Asbury Park e Atlantic City. A área, com população estimada de 64 mil habitantes, fica a cerca de 24 quilômetros da costa do Oceano Atlântico.

Os moradores foram forçados a deixar suas moradias na terça-feira, mas as ordens de retirada foram suspensas ontem. Além disso, um trecho da Garden State Parkway, uma importante rodovia norte-sul, foi fechado na terça-feira, mas reaberta nessa quarta.

A causa do incêndio continua sendo investigada, e não há um cronograma para a contenção total.

Espera-se que o fogo continue a queimar por vários dias até que chova, disseram os bombeiros de Nova Jersey.

Publicidade

*É proibida a reprodução deste conteúdo.

Continue Lendo

Internacional

Papa Francisco: velório aberto começa amanhã, funeral será no sábado

Publicado

em

papa-francisco:-velorio-aberto-comeca-amanha,-funeral-sera-no-sabado

Nesta quarta-feira (23), o caixão com o corpo do papa Francisco será trasladado da capela da Casa de Santa Marta para a Basílica de São Pedro, onde fieis poderão despedir-se do pontífice. As informações foram divulgadas pelo Vaticano.

Em nota, a Santa Sé informou ainda os horários para visitação de fiéis à Basílica de São Pedro: na quarta-feira, das 11h à meia-noite; na quinta-feira (24), das 7h à meia-noite; e na sexta-feira (25), das 7h às 19h.

O funeral de Francisco foi agendado para o próximo sábado (26), a partir das 10h, na própria Basílica de São Pedro. De lá, o caixão contendo o corpo será levado para a Basílica de Santa Maria Maior, onde será sepultado, conforme pedido do pontífice.

A cerimônia, conhecida como Missa de Exéquias, marca o primeiro dia do Novendiali ou nove dias de luto e orações em honra ao papa. A celebração, no átrio da basílica, será presidida pelo cardeal Giovanni Battista Re, decano do Colégio Cardinalício.

Ao final, ocorrerão os ritos da Última Commendatio e da Valedictio — despedidas solenes que marcam o encerramento das exéquias.

Publicidade
Continue Lendo

Internacional

Ataques aéreos israelenses matam 10 em escola com desabrigados

Publicado

em

ataques-aereos-israelenses-matam-10-em-escola-com-desabrigados

Um ataque aéreo israelense a uma escola que abrigava famílias desabrigadas no norte de Gaza matou pelo menos 10 pessoas, enquanto outro atingiu um hospital infantil, informaram autoridades de saúde locais, elevando o número de mortos nesta quarta-feira (23) para 20.

Os médicos disseram que o ataque aéreo à Escola Yaffa, na área de Tuffah, na cidade de Gaza, incendiou barracas e salas de aula. Não houve comentário israelense sobre o ataque à escola.

Alguns móveis ainda estavam em chamas várias horas após o ataque, enquanto as pessoas vasculhavam as salas de aula e o pátio da escola em busca de seus pertences.

“Estávamos dormindo e de repente algo explodiu, começamos a procurar e encontramos toda a escola em chamas, as barracas aqui e ali estavam em chamas, tudo estava em chamas”, disse a testemunha Um Mohammed Al-Hwaiti.

“As pessoas estavam gritando e os homens estavam carregando pessoas carbonizadas, crianças carbonizadas, estavam caminhando e dizendo: ‘Querido Deus, querido Deus, não temos ninguém além de você’ O que podemos dizer? Querido Deus, somente”, afirmou ela à Reuters.

Os médicos disseram que pelo menos mais 10 pessoas foram mortas em ataques israelenses separados no enclave.

Desde o colapso do cessar-fogo de janeiro, em 18 de março, os ataques israelenses mataram mais de 1.600 palestinos, de acordo com as autoridades de saúde de Gaza, e centenas de milhares de pessoas foram forçadas a deixar suas casas, à medida que Israel se apoderou do que chama de zona tampão das terras de Gaza.

Publicidade

UTI danificada

Nesta quarta-feira, o Ministério da Saúde de Gaza disse que um míssil israelense também atingiu o prédio superior do Hospital Infantil Durra, na Cidade de Gaza, danificando a unidade de terapia intensiva e destruindo o sistema de painéis solares que alimenta a instalação com energia. Ninguém morreu no ataque ao hospital.

O sistema de saúde de Gaza está próximo do colapso devido ao bloqueio israelense a todos os suprimentos para a cidade, inclusive combustível e eletricidade, desde o início de março, quando as operações militares foram retomadas.

O governo israelense afirma que o bloqueio tem como objetivo pressionar os militantes do Hamas, que comandam Gaza, a libertar os 59 reféns israelenses restantes capturados nos ataques de outubro de 2023 que precipitaram a guerra. O Hamas afirma que está disposto a libertá-los, mas somente como parte de um acordo que ponha fim à guerra.

Publicidade
Continue Lendo
Publicidade
Publicidade

Política

Tendência