Internacional
Brasil e Vietnã firmam plano para implementar parceria estratégica

Brasil e Vietnã firmaram, nesta sexta-feira (28), um plano de ação para o período de 2025 a 2030 a fim de implementar Parceria Estratégica entre os dois países, que é um tipo de relacionamento diplomático superior.
O ato foi oficializado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do Vietnã, Luong Cuong, em Hanói, capital vietnamita, onde Lula está em visita de Estado.
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante cerimônia de Assinatura de Atos. Palácio Presidencial – Hanói – Vietnã. Foto: Ricardo Stuckert / PR – Ricardo Stuckert / PR
Em 2024, Brasil e Vietnã celebraram 35 anos de relações diplomáticas. A relação bilateral foi elevada a Parceria Estratégica em 17 de novembro de 2024, em encontro de Lula e do primeiro-ministro do país, Pham Minh Chinh, à margem da Cúpula do G20, no Rio de Janeiro. Entre as nações do Sudeste Asiático, apenas a Indonésia é um parceiro estratégico do Brasil.
“Com o fluxo de comércio bilateral que já se aproxima de 8 bilhões de dólares, o Brasil exporta mais para o Vietnã do que vende para Portugal, Reino Unido e França. Por isso, meu governo tem interesse em reconhecer o Vietnã como economia de mercado. Essas e outras medidas vão nos permitir ampliar os fluxos de comércio e de investimento entre nossos países”, disse Lula em declaração à imprensa ao lado de Luong Cuong.
O plano de ação reúne prioridades do relacionamento bilateral em assuntos como defesa, economia, comércio e investimentos; agricultura e segurança alimentar e nutricional; ciência, tecnologia e inovação; meio ambiente e sustentabilidade; transição energética e cooperação sociocultural e assuntos consulares.
“Nenhuma colaboração é tão estratégica para o futuro de dois países emergentes quanto a cooperação em educação e em ciência e tecnologia. Em breve, nossas universidades poderão promover o intercâmbio de professores e estudantes e outras iniciativas conjuntas. Estamos estudando parcerias em áreas como semicondutores, Inteligência Artificial, tecnologias digitais, biotecnologia e energias renováveis”, disse Lula.
Durante o encontro em Hanói, também foram firmados outros quatro atos bilaterais: dois acordos que tratam sobre o exercício de atividade remunerada por parte de dependentes de missões diplomáticas e sobre a da troca e proteção mútua de informações classificadas; e dois memorandos de entendimento, um sobre cooperação comercial e industrial e o segundo entre as confederações de futebol.
Comércio
A Parceria Estratégica também pretende aprofundar o diálogo político, reforçar a cooperação econômica, intensificar o fluxo de comércio e os investimentos, fortalecer a coordenação em temas da agenda multilateral e impulsionar novas iniciativas de cooperação.
O Vietnã já é o quinto maior consumidor dos produtos agropecuários brasileiros. O Brasil fornece cerca de 70% da soja importada pelo Vietnã, além de ser o principal fornecedor de carne suína (cerca de 37%), o segundo maior de carne de frango e de algodão.
Em 2024, Brasil e Vietnã registraram um volume de comércio de US$ 7,7 bilhões, com superávit brasileiro de US$ 415 milhões. A meta é chegar a US$ 15 bilhões em volume comercializado até 2030, em um contexto mais amplo de aproximação do Brasil com nações do Sudeste Asiático.
A ampliação do comércio entre as duas nações também prevê a abertura do país asiático à carne bovina brasileira. Para Lula, a medida atrairá investimentos de frigoríficos do Brasil para fazer do Vietnã “uma plataforma de exportação para o Sudeste Asiático”.
Além das exportações ligadas ao setor de alimentos, o presidente acredita que o Brasil tem potencial para investir em produtos de valor agregado.
“Já contribuímos para a segurança alimentar do Vietnã e queremos ampliar a exportação de bens de maior valor agregado, incluindo aeronaves. Espero que a Vietnam Airlines possa avaliar positivamente a oferta da Embraer para os jatos da família E-Jets, ideais para a conectividade regional”, disse.
Outro caminho apontado por Lula no fortalecimento das relações é a cultura do café, com a colaboração em pesquisas para tornar a produção mais resistente aos impactos da mudança do clima.
“Vietnã e Brasil são os dois maiores produtores mundiais de café e ambos tivemos safras recentes afetadas pela mudança do clima. Estamos determinados a ampliar nosso intercâmbio técnico para fortalecer a resiliência da cultura do café”, disse. O Vietnã pode se beneficiar do Fundo Florestas Tropicais para Sempre, proposto pelo Brasil, e ser remunerado por seu esforço de preservação ambiental”, acrescentou Lula.
O presidente convidou autoridades vietnamitas a participarem da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), que será realizada em novembro, em Belém, no Pará.No segundo semestre, o Brasil assumirá a presidência do Mercosul e Lula também manifestou o interesse em aproximar o Vietnã da zona comercial de países sul-americanos.
Crise global
Durante a declaração à imprensa, o presidente brasileiro ainda reforçou o apelo para fim dos conflitos globais e pelo fortalecimento do multilateralismo. Para Lula, as nações da América Latina e do Sudeste Asiático devem evitar uma nova divisão do globo em zonas de influência.
“A governança global em matéria de comércio, saúde e meio ambiente está sob sérias ameaças”, ressaltou.
O presidente afirmou ainda que, “de formas distintas, Vietnã e Brasil sofreram os efeitos da guerra fria e sabem que o melhor caminho é o do não-alinhamento, argumentando que ações unilaterais, hoje, põem em risco o multilateralismo. “A governança global em matéria de comércio, saúde e meio ambiente está sob sérias ameaças”.
“Gaza é hoje o maior símbolo do abandono do humanismo que cultivamos. Nada justifica a matança indiscriminada de civis. Na Ucrânia, o Brasil sempre defendeu a via do diálogo. Acolhemos todos os esforços nessa direção”, acrescentou.
Agenda
Nesta sexta-feira (28), em Hanói, Lula foi recepcionado em cerimônia oficial de boas-vindas, no Palácio Presidencial. Ao longo do dia, o presidente brasileiro e sua comitiva tiveram encontros com líderes do país, com o primeiro-ministro vietnamita, Pham Minh Chinh; com o presidente da Assembleia Nacional do Vietnã, Trần Thanh Mẫn; e com o secretário-geral do Comitê Central do Partido Comunista do país, Tô Lâm.
28.03.2025 – Cerimônia oficial de boas-vindas, por Ricardo Stuckert / PR
Já é noite no Vietnã, que está dez horas a frente do fuso horário de Brasília, e o último compromisso da comitiva brasileira é um jantar em homenagem a Lula, oferecido pelo presidente vietnamita Luong Cuong.
A viagem segue até sábado (29) com a participação do presidente e do primeiro-ministro Pham Minh Chính no Fórum-Empresarial Brasil-Vietnã. O país foi a segunda parada de Lula na Ásia. Antes, o brasileiro esteve com sua comitiva em visita de Estado ao Japão. A previsão é que a comitiva retorne ao Brasil no domingo (30) a noite.
Internacional
Movimentos sociais lamentam morte do “papa dos pobres”

A morte de Jorge Bergoglio, o papa Francisco, repercutiu entre movimentos sociais e sindicatos. Desde a escolha de seu nome como pontífice, o argentino deixou clara a posição em prol dos necessitados e das massas. Francisco não se esquivou de temas polêmicos e atuais, como a questão migratória, as mudanças climáticas e a distribuição de renda. Entre suas frases memoráveis, conclamou: “Nenhuma família sem casa, nenhum camponês sem terra, nenhum trabalhador sem direitos”.
Em sua última mensagem, na Páscoa deste ano, Francisco ergueu sua voz contra a guerra e a miséria em Gaza.
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que nasceu do diálogo constante e próximo entre trabalhadores do campo, das cidades e a igreja, lembrou de Francisco como “um fiel aliado dos mais pobres, marginalizados, excluídos e violentados pelo capitalismo” e que “teve uma série de iniciativas no sentido de se aproximar dos movimentos populares”, realizando diálogo importante e corajoso.
A Comissão Pastoral da Terra (CPT), organização da Igreja Católica que busca o diálogo com os trabalhadores do campo, lembrou do pontífice como um líder atento às pautas contemporâneas e ao impacto das ações de governos e instituições na vida de todos e em sua defesa.
“O tempo é de dor e tristeza, mas também de uma Feliz Esperança, de recordar a profecia do seu pontificado e seguir abrindo os caminhos que ele sinalizou em suas homilias, encíclicas (especialmente a Laudato Si’, Querida Amazônia, Fratelli Tutti, a exortação Laudato Deum), os Sínodos sobre a Amazônia e para a Sinodalidade, dentre outros momentos proféticos. Para um mundo em constantes disputas de poder, aumento do ódio, da desigualdade social e das consequências da destruição da natureza, Francisco sempre foi uma voz de alerta”, disse, em nota.
Francisco também foi crítico ferrenho dos aspectos mais deletérios da economia centrada no capital financeiro, como lembrou em sua homenagem a Central Única dos Trabalhadores (CUT), que valorizou a disposição do papa para o diálogo com os movimentos sindicais e seu reconhecimento da importância pública destas organizações.
“O papa via os sindicatos como instrumentos de paz social e defesa da dignidade do trabalho, especialmente num mundo marcado pela precarização, desemprego estrutural, automação e exclusão digital. Incentivava que os sindicatos dialogassem com os jovens, abrindo espaço para novas formas de organização do trabalho, sem perder sua identidade histórica de luta”.
Sua disposição para o diálogo foi lembrada pela União Geral dos Trabalhadores (UGT), para quem o papa fomentou o diálogo em torno de temas sensíveis, rompeu paradigmas e tradições seculares. “Francisco foi um líder que compreendeu o valor da periferia, da África e da Ásia, levando sua mensagem de fé, esperança e amor ao próximo para os cantos mais esquecidos do mundo”, afirmou a instituição.
Para a União Nacional dos Estudantes (UNE), Francisco foi um defensor da educação e da paz e um símbolo na luta pela igualdade social, e lembrou de sua frase sobre a importância do ensino: “É através da educação que o ser humano alcança o seu potencial máximo e se torna um ser consciente, livre e responsável”.
Internacional
Lula recebe Boric e defende integração sul-americana

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta terça-feira (22), não querer uma nova guerra fria nem optar entre Estados Unidos ou China. Ao receber o presidente do Chile, Gabriel Boric, para visita de Estado no Palácio do Planalto, Lula defendeu ainda a integração dos países da América do Sul e a cordialidade nas relações comerciais.
“A nós, brasileiros, não agrada essa disputa estabelecida pelo presidente [dos Estados Unidos, Donald] Trump. Eu acho que ela não é conveniente para os Estados Unidos, não é conveniente para a China e não é conveniente para nenhum país do mundo”, disse Lula.
O presidente brasileiro se referia à política protecionista do mandatário norte-americano, que estabeleceu altas tarifas de importação no país, especialmente para a China, que respondeu com reciprocidade.
“Eu não quero guerra fria, eu não quero fazer opção entre Estados Unidos ou China. Eu quero ter relações com os Estados Unidos, quero ter relação com a China. Eu não quero ter preferência sobre um ou sobre o outro. Quem tem que ter preferência são todos os meus empresários, que querem negociar. Mas eu, não. Eu quero negociar com todo mundo. Eu quero vender e comprar, fazer parceria”, reforçou.
Para Lula, a democracia, o multilateralismo e o livre comércio precisam ser consolidados no mundo. “A geopolítica do mundo não é feita de ocasiões. Ela tem que ser perene, e nós precisamos construir instituições que deem segurança ao exercício da democracia, independentemente de quem seja o presidente da República”, afirmou.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante declaração à imprensa juntamente do presidente do Chile, Gabriel Boric, no Palácio do Planalto. Marcelo Camargo/Agência Brasil
O presidente afirmou que é “obcecado pela integração” e que o Brasil tem o papel de ser um país indutor do desenvolvimento na região, “pelo tamanho e pela importância econômica que tem”. “Um país como o Chile, a Bolívia, o Equador, o Uruguai, mesmo o Brasil, que é um país grande territorialmente, mas economicamente e tecnologicamente ainda é fraco diante do que poderia ser, quando você vai negociar com uma grande potência, você fica muito vulnerável”, explicou.
Lula argumentou que é preciso diversificar as relações comerciais e procurar novos parceiros e aprendizados. Caso contrário, os países latino-americanos podem viver “mais um século pobres”.
“Os Estados Unidos poderiam ter financiado o desenvolvimento em El Salvador, na Guatemala, em Honduras. Ali, todo mundo poderia ser um satélite de desenvolvimento extraordinário. Mas continua todo mundo pobre”, afirmou, criticando o tratamento dado pelo país norte-americano aos imigrantes da América Latina. “Então, todo mundo quer viajar para os Estados Unidos para ver se melhora de vida. Depois de ajudar a construir a riqueza americana, aparece um presidente que os trata como inimigos. Latino-americano agora é tudo inimigo”, acrescentou.
“O mundo não pode ser induzido à raiva, ao ódio, ao preconceito, à perseguição”, complementou o presidente brasileiro.
O presidente chileno, Gabriel Boric, endossou as palavras de Lula e afirmou que o Chile é contra a politização arbitrária do comércio e que, “em tempos de incerteza”, é sempre importante estar próximo de países aliados.
O presidente do Chile, Gabriel Boric, durante declaração à imprensa, no Palácio do Planalto. Marcelo Camargo/Agência Brasil
Atos assinados
A visita do chileno ao Brasil é parte da primeira comemoração do Dia da Amizade entre Chile e Brasil, estabelecido no ano passado e que celebra o início das relações diplomáticas em 22 de abril de 1836.
Durante a cerimônia foram assinados os seguintes atos entre os dois países:
- Memorando de entendimento para cooperação em inteligência artificial (IA) para a criação de sistemas de IA que favoreçam o desenvolvimento regional, com foco na inclusão dos diversos idiomas e expressões culturais da América Latina;
- Memorando de entendimento para fortalecer a agricultura familiar em ambos os países, tendo em conta o desenvolvimento agrícola e rural sustentáveis, o aumento da produção e a redução das perdas de alimentos, a agroecologia e a agricultura orgânica e inclusiva;
- Memorando de entendimento sobre cooperação em assuntos consulares e migratórios, que cria a comissão bilateral para formular iniciativas sobre o intercâmbio de informações relativas à assistência consular e aos movimentos migratórios;
- Acordo de cooperação sobre segurança pública, com foco na prevenção e no combate ao crime organizado transnacional;
- Tratado sobre assistência jurídica em matéria penal, que permitirá que os governos de Brasil e Chile se prestem assistência jurídica um ao outro em procedimentos penais, relativos à investigação e à persecução de crimes;
- Acordo de coprodução audiovisual, que pretende facilitar as coproduções audiovisuais entre Brasil e Chile, contribuindo para as indústrias cinematográfica e audiovisual de ambos os países, fomentando o intercâmbio cultural;
- Memorando de entendimento para intercâmbio de oficias instrutores nos centros de operações de paz, para a capacitação de pessoal para atuação em missões de paz das Nações Unidas, com o objetivo de contribuir para a paz e segurança internacionais;
- Memorando de entendimento entre as agências de promoção Apex e Prochile, para fortalecer as relações comerciais entre Chile e Brasil, bem como promover ambos os países em terceiros mercados e aumentar o intercâmbio comercial.
Além dos acordos e memorandos assinados durante a cerimônia, também foram firmados outros novos atos nos seguintes temas: colaboração acadêmica em defesa; intercâmbio de artistas e difusão recíproca da arte; incentivo a micro e pequenas empresas e cooperativas; área de pesca; e uso de certificação eletrônica para comércio de produtos de origem animal.
Após a agenda no Palácio do Planalto, as autoridades seguiram para o Palácio Itamaraty, onde estava programado um almoço. Ainda hoje, Lula e Boric participam do encerramento do Foro Empresarial Chile-Brasil, na Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe o presidente do Chile, Gabriel Boric, em cerimônia oficial, no Palácio do Planalto. Marcelo Camargo/Agência Brasil
Diversificação
A visita do chileno Gabriel Boric busca promover a diversificação das relações entre Brasil e Chile, com uma maior integração logística e comercial. Nesta quarta-feira (23), ele também participa de um evento que vai discutir o Corredor Bioceânico, via que ligará o Centro-Oeste brasileiro aos portos do Norte do Chile.
A obra de infraestrutura, também em parceria com Paraguai e Argentina, estará concluída em pouco tempo, e os países discutem, agora, como garantir que os serviços fronteiriços e logísticos sejam ágeis e modernos. Os portos chilenos deverão desempenhar parte central da logística para o acesso a mercados do Pacífico. “Isso é integração, não somente fotos de cúpulas [de líderes]”, disse Boric.
O presidente chileno lembrou ainda a visita oficial que o presidente Lula fez ao Chile, em agosto do ano passado, com uma grande comitiva de ministros e empresários, quando foram assinados 19 atos bilaterais. “Isso mostra como é profunda essa relação e a tremenda diversidade que queremos trabalhar”, afirmou.
Os dois países têm mais de 100 acordos bilaterais em vigor e um comércio equilibrado, mas ainda pouco diversificado na visão do chileno. Entre os setores que podem ser explorados, Boric citou investimentos financeiros, transporte e tecnologia da informação.
O Brasil é o terceiro maior parceiro comercial do Chile, com um intercâmbio comercial que atinge US$ 12 bilhões por ano. O país vizinho exporta para o mercado brasileiro, basicamente, cobre, pescados e minérios. O Brasil também é o primeiro destino das exportações de vinho.
Por outro lado, o Chile é o sexto maior destino das exportações do Brasil; sendo petróleo, carne bovina e automóveis os principais produtos exportados.
O Brasil é o maior investidor latino-americano dentro do Chile, em setores como energia, serviços financeiros, alimentos, mineração, construção e fármacos.
No sentido inverso, o país também é o principal destino dos investimentos chilenos no exterior, com quase 30% do estoque total. As empresas chilenas atuam no Brasil em áreas como celulose, varejo e energia, sendo a companhia aérea Latam a maior empresa chilena em operação no Brasil.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe o presidente do Chile, Gabriel Boric, em cerimônia oficial, no Palácio do Planalto Marcelo Camargo/Agência Brasil
Internacional
Dilma Rousseff destaca pontificado humanista e corajoso de Francisco

A presidenta do banco dos Brics e ex-presidenta da República Dilma Rousseff manifestou nesta segunda-feira (21) profundo pesar pelo falecimento do papa Francisco. Em nota divulgada pelas redes sociais, ela destacou o legado humanista do pontífice e o classificou como “um exemplo de humanidade”.
“A partida de Sua Santidade marca o fim de um dos pontificados mais humanistas, corajosos e inspiradores da história recente”, afirmou. Para Dilma, o papa, primeiro da América Latina, “trouxe para o trono de Pedro a linguagem do cuidado, da simplicidade e da esperança”.
A ex-presidenta, que esteve com o pontífice em 2024, ressaltou ainda o papel de Francisco na defesa dos mais pobres, na promoção da justiça social, da fraternidade entre os povos e na luta pelo meio ambiente — frequentemente referida por ele como a “Casa Comum”.
“Em tempos marcados por desigualdades, crises ambientais e conflitos, Francisco foi presença de luz — capaz de unir fé e razão, espiritualidade e ação, oração e ternura”, escreveu Dilma, que em 2013 recebeu o papa Francisco em sua visita ao Brasil para a Jornada Mundial da Juventude.
Ela também relembrou momentos pessoais de admiração pelo líder religioso: “Sempre me emocionei com sua capacidade de escuta, seu olhar sereno, suas palavras desarmadas. Francisco devolveu ao mundo a beleza da misericórdia”.
A presidenta do banco dos Brics prestou solidariedade à família do papa, ao povo argentino — país natal de Jorge Mario Bergoglio — e aos milhões de fiéis em todo o mundo que se sentiram tocados por sua mensagem. “Seu filho mais universal será lembrado com orgulho por gerações”, afirmou Dilma.
“Hoje, o mundo perde um líder espiritual. Eu me despeço de um exemplo de humanidade. Descanse em paz, Papa Francisco.”
-
Nacional2 anos atrás
Fatos históricos e datas comemorativas de agosto de 2020
-
Notícias2 anos atrás
Moraes suspende julgamento sobre entrega de dados do Google
-
Esportes2 anos atrás
Rugby: seleção feminina leva título sul-americano e vaga à Paris 2024
-
Esportes2 anos atrás
JUBs: cerimônia de abertura destaca cultura de Joinville
-
Política2 anos atrás
Governo prevê R$ 42 bi em investimento no complexo industrial de saúde
-
Notícias2 anos atrás
Modelo de rede digital afeta desenvolvimento infantil, diz secretário
-
Saúde2 anos atrás
Hepatite A tem tendência de alta na capital paulista
-
Saúde2 anos atrás
Brasil Sorridente deverá cobrir 62,5% da população em 2024