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Saúde

Pesquisa detecta vírus zika e chikungunya em ovos de mosquitos Aedes

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Um estudo de nove pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG) detectou ovos do mosquito Aedes aegypti com a presença dos vírus ZIKV, causador da zika, e do CHIKV, da chikungunya. O resultado demonstra a transmissão vertical do vírus, quando é passado de fêmeas adultas para larvas depositadas por elas. Posteriormente, os ovos eclodem e os novos mosquitos já nascem com o vírus recebido.

O estudo foi publicado em um artigo da Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical com o título Detecção de arbovírus em Aedes aegypti por meio de análise transovariana: um estudo em Goiânia, Goiás.

O novo mecanismo de transmissão descoberto para essas duas doenças infecciosas é diferente do modo de transmissão mais conhecido, o horizontal. Nesse caso, o mosquito pica um ser humano ou animal infectado, suga e se contamina com esse sangue e, então, o inseto fica apto a contaminar outras pessoas com o chamado repasto sanguíneo do vírus, ou seja, nas picadas.

A conclusão da pesquisa é que a transmissão direta aos ovos de Aedes aegypti, classificada como transovariana, sem passar por um hospedeiro, serve de alerta às autoridades de saúde, pois, seu principal vetor urbano, o mosquito, provavelmente, adquiriu essa capacidade, destaca o estudo.

Em entrevista à Agência Brasil, o coordenador do estudo, Diego Michel Fernandes da Silva, disse que a descoberta de que os mosquitos já estão nascendo infectados preocupa pelo fato de a transmissão vertical ser um mecanismo de adaptação que os insetos encontram para transmitir os vírus a seus descendentes, facilitando a dispersão deles para áreas urbanas.  

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“É preocupante para a saúde pública porque descobrimos um novo mecanismo de transmissão. A gente sabia da transmissão horizontal. Agora, nesse meio, encontramos a transmissão vertical, com o depósito de seus ovos contendo o vírus e que transmite esse vírus de forma direta. [A fêmea] não precisa primeiro achar um hospedeiro, o que pode aumentar essa disseminação”, explica o biólogo e doutorando na UFG.

Método

Ovos e mosquitos adultos de Aedes aegypti foram capturados nas três grandes regiões da capital goiana  – noroeste, sudoeste e norte – por agentes da Vigilância Sanitária do Estado de Goiás, de janeiro a setembro de 2022.

Ilustração do artigo científico publicado na Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Após a captura, um total de 1.570 fêmeas adultas foram separadas e organizadas em grupos de dez insetos cada, contendo a cabeça e o tórax para análise, o que resultou na distribuição de 157 grupos para análise e investigação laboratorial. Os ovos dessas fêmeas foram cultivados em condições controladas de laboratório até o surgimento dos mosquitos adultos.

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Desse total, dois grupos (20 amostras) com resultados positivos para o vírus CHIKV e um grupo (10 amostras) com resultados positivos para o ZIKV, indicaram que os descendentes estavam infectados e que esses mesmos descendentes podem transmitir o vírus após o nascimento.

Recomendação

Além do estudo alertar as autoridades de saúde para a possibilidade do aumento das transmissões dos dois vírus causadores da zika e do chikungunya, o biólogo da UFG Diego Michel Fernandes da Silva enfatiza que é preciso reforçar a vigilância epidemiológica local e procurar novos mecanismos de prevenção e eliminação do Aedes.

Coordenador da pesquisa Diego Michel Fernandes da Silva – Foto: Arquivo Pessoal

À população em geral, o biólogo insiste que todos devem estar atentos à eliminação de criadouros de ovos do mosquito Aedes aegypti, depositados em recipientes com água, preferencialmente limpa, parada e na sombra. Contudo, não basta secar os reservatórios de água parada para impedir a reprodução do inseto. O pesquisador reforça que é preciso, também, limpar o local, pois o ovo do Aedes pode sobreviver sem água por determinado período.

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“O alerta é o mesmo de sempre. A população já está acostumada. É preciso eliminar esses ovos antes da eclosão. O melhor modo é não deixar a água parada. Mas o ovo em si, consegue durar cerca de 1 ano na natureza sem contato com a água, esperando o momento propício para ele se desenvolver”, disse.

O biólogo Diego Michel avalia que o estudo pode despertar a curiosidade de outros cientistas para desenvolverem também novos métodos de prevenção ao mosquito vetor de transmissão.

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Saúde

INSS: perícias com médicos em greve serão automaticamente reagendadas

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A partir desta segunda-feira (27), as perícias que estão direcionadas a médicos em estado de greve serão automaticamente reagendadas pela Dataprev para outro perito que esteja atendendo normalmente.

“Os médicos que aderiram à greve terão as agendas suspensas integralmente e será promovido o desconto integral dos salários referentes ao período em que o participante continuar em greve”, informou o Ministério da Previdência Social.

De acordo com a pasta, os segurados que precisam passar por perícia serão notificados sobre o dia e o horário do novo agendamento por meio da Central 135 ou pelo aplicativo Meu INSS (mensagens automáticas).

“A medida administrativa visa proteger os requerentes e preservar o interesse público, assegurando a continuidade da prestação dos serviços públicos essenciais da Perícia Médica Federal e a realização dos atendimentos dos requerentes da Previdência Social.”

Segundo o ministério, desde setembro de 2024, cerca de 10% dos peritos fazem greve parcial, atendendo número reduzido de perícias.

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“O modelo contraria o dever de comunicação prévia nos casos de paralisação de serviços essenciais, conforme a Lei n.º 7.783, de 28 de junho de 1989, e impede que a administração possa mitigar o dano ocasionado pela falta do perito médico e organizar os atendimentos, remarcando as perícias médicas que não serão realizadas.”

O motivo da greve, de acordo com a pasta, é a inconformidade de associação da categoria com acórdão do Tribunal de Contas da União (TCU) que declarou ilegais dispositivos do acordo de greve de 2022, que reduziu em 40% a produtividade dos peritos.

“Seguindo decisão do TCU, o Ministério da Previdência Social criou novo Programa de Gestão e Desempenho para a categoria, o que resultou em aumento da produtividade. A adesão ao novo PGD atingiu 90% dos peritos.”

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Saúde

Hanseníase: conheça verdades e mitos sobre a doença

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Causada por uma bactéria que atinge a pele e os nervos periféricos, a hanseníase acomete pessoas de ambos os sexos e de qualquer idade. De acordo com o Ministério da Saúde, o contágio só acontece após longos períodos de exposição à bactéria, sendo que apenas uma pequena parcela da população infectada realmente adoece. As lesões neurais conferem à doença alto poder de gerar deficiências físicas e figuram como principal responsável pelo estigma e pela discriminação.

O Brasil ocupa, atualmente, a segunda posição no ranking global de países que registram novos casos de hanseníase. “Em razão de sua elevada carga, a doença permanece como um importante problema de saúde pública no país, sendo de notificação compulsória e investigação obrigatória”, destaca o ministério. Com o objetivo de divulgar informações, a pasta lançou a campanha Hanseníase, Conhecer e Cuidar, de Janeiro a Janeiro, com ações de enfrentamento à doença ao longo de todo o ano.

Sinais e sintomas

– Manchas brancas, avermelhadas, acastanhadas ou amarronzadas e/ou áreas da pele com alteração da sensibilidade térmica (ao calor e ao frio) e tátil, dolorosa ou não;

– Comprometimento de nervos periféricos (geralmente, espessamento ou engrossamento), associado a alterações sensitivas, motoras ou autonômicas;

– Áreas com diminuição de pelos e de suor;

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– Sensação de formigamento e/ou fisgadas, principalmente nas mãos e nos pés;

– Diminuição ou ausência de sensibilidade e força muscular na face, nas mãos ou nos pés;

– Caroços ou nódulos no corpo, em alguns casos, avermelhados e dolorosos.

Transmissão

A transmissão acontece quando uma pessoa com hanseníase, na forma infectante da doença, sem tratamento, elimina o bacilo para o meio exterior, infectando outras pessoas suscetíveis, ou seja, com maior probabilidade de adoecer. O bacilo é eliminado pelas vias aéreas superiores (espirro, tosse ou fala) e não por objetos utilizados pelo paciente. Também é necessário contato próximo e prolongado, sendo que doentes com poucos bacilos não são considerados importantes fontes de transmissão.

Diagnóstico

Os casos são diagnosticados por meio de exame físico geral dermatológico e neurológico para identificar lesões ou áreas de pele com alteração de sensibilidade, comprometimento de nervos periféricos e alterações sensitivas, motoras e/ou autonômicas. Casos com suspeita de comprometimento neural, sem lesão cutânea, e aqueles que apresentam área com alteração sensitiva duvidosa, mas sem lesão cutânea evidente, devem ser encaminhados para unidades de saúde de maior complexidade.

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Caderneta

Ainda segundo o ministério, a Caderneta de Saúde da Pessoa Acometida pela Hanseníase, entregue no momento do diagnóstico, figura como uma ferramenta para que o paciente acompanhe e registre seu tratamento e tenha em mãos orientações sobre a doença, direitos e o autocuidado.

Discriminação

O estigma e a discriminação, de acordo com a pasta, podem promover a exclusão social e resultar em interações sociais desconfortáveis, que trazem sofrimento psíquico e limitam o convívio social. “Essa importante particularidade da hanseníase pode interferir no diagnóstico e adesão ao tratamento, perpetuando um ciclo de exclusão social e econômica”.

Confira, a seguir, fatos e mitos sobre a hanseníase listados pelo ministério:

– É possível pegar hanseníase pelo abraço ou pelo compartilhamento de talhares e roupas: FALSO

– A doença é transmitida por meio de contato próximo e prolongado: VERDADEIRO

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– A hanseníase é de transmissão hereditária: FALSO

– A doença é transmitida de pessoa para pessoa: VERDADEIRO

– A hanseníase pode ser curada por meio de tratamento caseiro: FALSO

– O tratamento é distribuído gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS): VERDADEIRO

– Pessoas com hanseníase devem ser afastadas do convívio familiar e social: FALSO

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– A hanseníase tem tratamento e cura: VERDADEIRO

– Só transmite a hanseníase quem não está em tratamento ou o faz de forma irregular: VERDADEIRO

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Saúde

SUS registra em 2024 maior número de cirurgias eletivas da história

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O Sistema Único de Saúde (SUS) registrou 13.663.782 cirurgias eletivas realizadas em 2024. O volume é 10,8% maior do que em 2023, quando o número foi de 12.322.368 procedimentos. Em relação a 2022, a alta foi de 32%, com 10.314.385 cirurgias realizadas. 

Segundo o Ministério da Saúde, o Programa Nacional de Redução das Filas, que visa a expansão de cirurgias classificadas como prioritárias, também registrou aumento no número de procedimentos realizados. No ano passado, 5.324.823 cirurgias foram realizadas – índice 18% maior que o registrado em 2023 (4.510.740).

O ministério avalia que o programa Mais Acesso a Especialistas contribuiu para o alcance dos resultados. Os números mostram que a iniciativa abriu caminho para o maior crescimento no número de serviços especializados no SUS nos últimos 10 anos, além da ampliação do número de médicos especialistas entre 2022 e 2024.

“O Mais Acesso a Especialistas traz inovações como a incorporação de um modelo de remuneração baseado no cuidado integral, que prioriza o paciente. Para isso, estão sendo investidos R$ 2,4 bilhões nas áreas de oncologia, cardiologia, oftalmologia, otorrinolaringologia e ortopedia.”

Segundo a pasta, o programa alcançou adesão de 100% dos estados e do Distrito Federal e de 97,9% dos municípios. Até o momento, foram enviados 136 planos de ação regionais, abrangendo 167,9 milhões de habitantes. A proposta é priorizar a redução do tempo de espera para consultas, exames e tratamentos, com foco no diagnóstico precoce.

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